O Médico e o Monstro - R. L. Stevenson #spoiler

A resenha de hoje é de um dos maiores clássicos da literatura horror mundial, escrito em 1886, O Médico e o Monstro nos traz um visão do bem e do mal, em uma história surpreendente e simples.

Gostaria de informar que essa resenha contém spoiler. Eu não gosto muito de escrever com spoiler porém é a melhor forma para expressar o que eu senti ao ler o livro.

Título: O Médico e o Monstro - Dr. Jekyll e Mr. Hyde
Autor: R. L. Stevenson
Páginas: 112
Gênero: Literatura Clássica Horror e Mistério
Editora: L&PM Pocket
Sinopse: As suspeitas começaram quando Mr. Utterson, um circunspecto advogado londrino, leu o testamento de seu velho amigo Henry Jekyll. Qual era a relação entre o respeitável Dr. Jekyll e o diabólico Edward Hyde? Quem matou Sir Danvers, o ilustre membro do parlamento londrino?
Assim começa uma das mais célebres histórias de horror da literatura mundial. A história assustadora do infernal alter ego do Dr. Jekyll e da busca através das ruas escuras de Londres que culmina numa terrível revelação.



A história começa com o advogado Mr. Utterson, analisando um certo testamento de seu amigo médico Dr. Jekyll, deixando tudo o que possui para um certo Mr. Hyde, um homem que o mesmo nunca tinha ouvido falar nos círculos sociais da cidade. E decidiu por conta própria saber de quem se tratava o senhor misterioso.

De tanto procurar acaba encontrando, ao saber um pouco de seu perfil que seu companheiro de passeios informa, ele já tem uma ideia que esse homem é um tanto diferente, ao encontrá-lo uma noite após dias de campana na porta da casa desse senhor Mr. Utterson sente uma repulsa logo de cara.

Mr. Hyde é um homem misterioso, mal encarado que fica vários dias fora de casa sem aparecer. E enfim após conhecê-lo ele procura o Dr. Jekyll afim de saber mais sobre o beneficiado desse testamento.

A escrita desse livro é muito simples. E a ideia de horror e mistério naquela época também é muito simplória para os dias de hoje, em que tudo é sanguinário e oculto até demais de nossos olhos. E no livro O médico e o monstro, não. Tudo é exatamente aberto, as cenas de acontecimentos são simples e rápidas, não dando tanta emoção assim. Isso me decepcionou profundamente, pois eu esperava mais, por tanta ênfase na sinopse, "Assim começa uma das mais célebres histórias de horror da literatura mundial. A história assustadora do infernal alter ego do Dr. Jekyll e da busca através das ruas escuras de Londres que culmina numa terrível revelação."

Pude contar umas duas, no máximo três cenas que me fizeram, não perder o fôlego, mas dar um pouco mais de atenção para a mesma.

O fato é que esse livro fala do bem e do mal. Dr. Jekyll e Mr. Hyde são a mesma pessoa. E logo nos últimos capítulos em que a trama é desvendada por uma carta que o Dr. Jekyll escreve antes de virar o Mr. Hyde de vez, nos traz uma ampla percepção, da bipolaridade no ser humano, da maldade que aflora muito mais que a parte boa de um ser humano normal.

Em sua carta o personagem descreve como chegou a esse desejo de ter essa segunda personalidade e de como tudo ocorreu, o livro o fato foi físico, ele se transformava literalmente em Hyde, porém podemos interpretar como uma alusão as pessoas que são boas aparentemente e em momentos sombrios de sua próprias vidas cometem atos inescrupulosos sem que ninguém saiba.

Ao meu entendimento, a verdade que o autor deixa a conclusão de que o mal sobresai. A última transformação o que vingou e prevaleceu foi o malvado Hyde. Mesmo sem a sua "poção" milagrosa que o permitia ser malvado em algumas noites ele dormia como Jekyll e acordava como Hyde, mesmo sentindo uma dor imensa em cada transformação o desejo maior em deixar que essa parte obscura o dominasse era maior, mesmo ainda escolhendo ser o bondoso Dr. Jekyll de sempre.

"Estranhas como podiam ser as minhas circunstâncias, os termos desse debate são tão velhos e banais como o homem; sugestões e dinais de alerta semelhantes lançam a sorte para qualquer pecador trêmulo e tentado; aconteceu comigo o qque acontece com a mioria dos homens: escolhi a melhor parte e mi-me desprovido de forças para mantê-la."
                                                                                                               Pág. 93

Enfim, não generalizando todos os seres humanos logicamente, talvez uma boa parte de nossa humanidade seja assim, bipolar e doente. Podemos ver em casos simples quando uma pessoa se da mal e a uma terceira pessoa ainda "fica feliz" por tal ato. Não se compara isso com assassinos, ou psicopatas. Porém, é o caminho. 

O fato do personagem ruim prevalecer, pode nos dar uma ideia do que acontece em geral. Porém podemos ser um pouco mais otimistas. E acreditar de verdade que isso seja somente um clássico de literatura horror de 1886 e deixar tudo como está.

Eu gostei desse livro por ser uma leitura rápida, apesar de não ser tão horrenda, a moral da história o bem e o mal, todo esse contexto é envolvente, uma história que podemos ler em qualquer idade e recomendar para qualquer pessoa. A leitura é fácil, mesmo sendo um livro escrito no século anterior, não encontramos muitas palavras difíceis.

E por ser um clássico nunca devemos deixar de ler! Apesar do meu grande spoiler espero realmente que alguém o leia e tire suas próprias conclusões. 

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